Conta a lenda indígena tupinambá, que no começo do mundo, um majestoso pássaro de plumas brancas alçou vôo do centro do universo e seguiu dias e noites sem parar, à procura do paraíso para pousar. Quando avistou o local que buscava, caiu exausto sobre ele e morreu. No seu leito de morte, suas longas asa transformaram-se em praias e, no lugar em que o coração bateu, a terra abriu-se formando uma grande e profunda depressão que as águas do mar invadiram, reservando seu centro para uma ilha que seria a rainha de todas as outras. Assim nasceu Kirymaré, para os índios. Assim nasceu a ilha de Itaparica no imaginário de sua população nativa.
Em língua Tupi, a expressão "itaparica" significa "cerca de pedra". A ilha foi descoberta em 1 de novembro de 1501 poe Américo Vespúcio, juntamente com a Baía de todos os Santos.
A sua ocupação deu-se a partir de um pequeno núcleo de povoamento fundado por jesuítas na contra-costa em 1560, onde hoje se localiza a vila de Baiacu - então denominada Vila do Senhor da Vera Cruz. Nesse período foi nela iniciada a primeira plantação de cana-de-açúcar, assim como a cultura de trigo, tendo recebido os primeiros exemplares de gado bovino. Foi ainda em Baiacu que aqueles religiosos ergueram a primeira obra de engenharia hidráulica da colônia: uma barragem para o suprimento de água potável e para os serviços da povoação.